segunda-feira, 13 de julho de 2009

5- Cisma

No dia seguinte, a minha curiosidade foi despertada mais uma vez, na verdade foi um acumulo.


Yasmin estava muito distante de todos para que eu pudesse ouvir o que dizia, mas a conversa com André não parecia ser agradável.


Nunca tinha visto ela assim com ele. Ela sempre tinha um ar de máxima alegria quando estava com o namorado, mas não hoje.


O mais estranho foi como Yasmin tratou Raquel hoje. Indiferente é a palavra mais adequada.


Impossível não notar a diferença, afinal, antes da “doença” de Yasmin, elas era como unha e carne.


Não teria ficado curioso se tivesse sido a Sally no lugar da Raquel, porque estou acostumado a vê-las tendo esse tipo de briguinhas, mas com a Raquel? Bem, elas nunca, mesmo, brigaram, nem um pouquinho.


Até o André que também tinha amizade com a Raquel, a ignorou.


Não pude deixar de sentir pena daquela criatura. Ela parecia sem vida. Como eu queria saber o que aconteceu!


Sally saiu da equipe e no mesmo dia Raquel se tornou a nova capitã.


Por um momento perdi meu tempo pensando no Jack. Ele, todos os dias, passa as tardes com Sally...


... Mas ontem ele ficou em casa.


E hoje ele passou o intervalo sozinho, não vi ele com a Sally.


Será que também estão brigados?! Nunca vi isso também... Ela está com a Yasmin e...


... Ah! Essa garota... Ela deve ser o problema.


Ela aparece num dia e no outro Yasmin briga com o namorado, ignora a melhor amiga, Sally não fala com Jack...


Mesmo que seja só coincidência, essa garota não deve ser coisa boa. Talvez algum amuleto de má sorte. Contanto que ela não se aproxime de mim, tudo bem.


No mesmo dia as minhas suspeitas se foram. Jack passou a tarde com Sally, como o de costume.


Mas ainda estou cismado com aquela garota.


Dias se passaram e chegou uma sexta-feira, dia vinte e sete. Era à tarde e estava no colégio, fazia flexões com o resto do time; treino.


Estava com a mente em todos os excessos de porcaria que não tinha deixado de comer, desde o início do mês.


Talvez, não fosse me cansar tanto, se não fossem por elas.


Quando olhei para a pista, geralmente usada para as corridas, pude ver uma garota.


Tão raro quanto um eclipse era uma garota aparecer por lá, ainda mais naquele horário. Esse era o horário em que elas passeavam pelo shopping, fazendo “coisas de garotas”.


Ela era linda, acho que foi o cansaço que me fez ver coisas...


As únicas garotas que já tinham aparecido por ali eram tão horríveis que olhar para elas era como enfiar a mão no fogo. Não estou exagerando. E todas acima do peso...


Mas essa não estava acima do peso. Tinha porte atlético. Seria uma nova aluna?


Porque senão eu já teria notado tanta beleza. Talvez fosse uma nova líder de torcida. Ela corria com disciplina de um atleta, então ela tinha o costume de correr.


Todos do time também a observavam.


Ela não desviava o olhar da pista, parecia concentrada.


O treinador procurou o que olhávamos e quando encontrou encerrou o treino.


“Todos para o chuveiro! Se eu pegar um de vocês olhando para aquela garota só mais um vez... Acho que até perderia o emprego com o que faria... A cadeia seria o meu novo lar! Não ousem sequer olhar para ela! Não se aproximem!”, o treinador estava usando o tom de voz mais assustador e ameaçador do mundo. Mas por que?!


Ele saiu em direção da menina, que parecia ter ouvido aquela ameaça, pois estava parada olhando para ele.


Mas ao contrário de todos nós, do time, ela não parecia assustada, parecia apenas envergonhada.


Tesouro da minha vida! Minha princesinha!”, ele gritava, enquanto caminhava à passos largos até ela. Então estava explicado. Ela só podia ser filha dele.


Aquilo me fez rir, mais alto do que o normal.


Isso chamou a atenção do pai e da filha. O pai quase me fuzilou com o olhar, a filha ficou ainda mais envergonhada.


Saí no mesmo instante e fui para o vestiário. Fiquei pensando naquela corredora, enquanto mexia no meu armário.

Pensando bem, ela não tinha uma beleza assim tão incomum, mas, ainda assim, superava muito a de tantas outras que conhecia.


Tinha algo delicado nos traços dela, parecia uma boneca, algo frágil.


Quando fui tomar meu banho, os outros já tinham ido embora. Não percebi o tempo passar com tanta velocidade.


Não demorei no banho, enrolei uma toalha na cintura e fui até o meu armário, novamente.


Peguei as minhas roupas. Estava para tirar a toalha quando fui surpreendido.


O que a filha do treinador fazia no vestiário masculino? Com o susto quase deixei a toalha cair.


Ela me viu e ficou petrificada por um momento. Os olhos dela corriam por mim dos pés a cabeça.


“O que você faz aqui?”, perguntei com um tom apressado.


Ela murmurou alguma coisa que não consegui entender.


E saiu correndo. Eu tentei pará-la, mas não consegui, ela era mesmo rápida.


“Se o treinador souber disso será o fim da minha vida”, pensei alto. A culpa não era minha, se a filha dele quis entrar no vestiário masculino.


Mas o treinador não fazia um tipo muito justo, sempre parcial, para o lado que o beneficiava; era assim nos treinos.


Ele com certeza descontaria em mim, mesmo sem culpa.


Coloquei as minhas roupas apressadamente e olhando ao meu redor com cautela, no caso de mais um incidente assim.


Eu precisava falar com o treinador, antes de ser o meu fim. Aquela ameaça dele ainda estava fazendo efeito em mim.


Fui até o treinador, observando com medo o grau de irritabilidade dele.


“Treinador Vasconcello... Não foi a minha intenção...”, comecei me defendendo, mas fui interrompido por uma voz aflita.


“A culpa foi minha, pai. Sei que o senhor não queria que eles falassem comigo, mas insisti com ele, porque não encontrava o material que fui pegar para o senhor. Acho que ele levou muito a sério a sua ameaça...”, ela não contou... E eu quase me condenei.


O treinador reclamou algumas coisas, mas não parecia ter realmente se importado.


Ela me olhava com repreensão, mas vergonhosa. Pelo visto, ela também não queria que o pai dela soubesse.


A verdade é que não vi nada de mais no ocorrido, digo, se fosse outra garota teria dado de ombros. Só fiquei tão preocupado porque era a filha do treinador.


Ele, geralmente, cumpria as suas ameaças e eu não queria morrer tão cedo.


“Se você já disse o que tinha pra dizer... Pare de encarar a minha filha!”, o treinador não tinha um bom auto controle, não seria uma boa idéia contrariá-lo.


Saí desconcertado.


Durante a noite, já em casa, peguei-me lembrando daquela garota, uma vez ou outra.


Acordei mais tarde do que o costume. Não estava com tanta vontade de ir à escola.


Teria deixado de ir hoje, mas a idéia de ficar em casa não me agradava. Sempre gostei tanto da escola, mas esse ano não tem sido tão interessante.


O tédio me persegue aonde quer que eu vá.


Quando cheguei à escola, lembrei da garota do treino e não pude vencer a minha curiosidade. Procurei por ela, mas não a encontrei.


Fiquei tentado a perguntar na secretaria sobre alguma Vasconcello, filha do treinador, mas essa idéia me pareceu um tanto exagerada e deixei de lado.


Durante o treino imaginei que ela fosse aparecer novamente, mas não.

3 comentários:

  1. Oi! Sou lá do site do the sims 2 também! Queria saber, como você fez para por o contador de visitas no seu blog! Já tentei por no meu de vários jeitos, e sempre falam que contém caracteres inválidos!
    Ah! E eu adoro seu diário!

    Beijo, Lais

    ResponderExcluir
  2. Nossa, estava com a maior saudades do blog,e da primeira temporada. Que caso a parte, ainda achei que foi a melhor.
    Enfim, estou matando as saudades como pode ver, ham? *-*
    Continuando>>

    ResponderExcluir
  3. Oi, Lais, dá uma olhadinha nas opções de gadgets, vai encontrar contador. =*
    Thanks!!


    BF! Saudades de você...
    Thanks!! *w*

    ResponderExcluir