Fora da escola consegui pensar melhor sobre o ocorrido. Não poderia prejudicá-la com a direção, mas haveria outra maneira e eu encontraria. Fiquei trancado em meu quarto, meditando.
A minha experiência em maldades foi de grande ajuda. Não precisei de muito tempo para ter uma idéia aceitável. Eu que já estava me tornando um bom moço, sem fazer mais esse tipo de brincadeiras, agora teria uma recaída da qual me orgulhava.
Estava certo desde o começo sobre aquela garota... Ela não era boa coisa! É um odiável amuleto de má sorte. Diria que uma armadilha também, das piores. Eu não tinha a menor intenção de pensar bem dela, depois de tudo.
Eu também tinha as minhas armas... E muitas.
Nunca precisei correr atrás de garota nenhuma, elas sempre vinham até mim. Mesmo sendo o mais infiel e descompromissado possível elas sempre vinham.
Em parte pela minha popularidade e pela minha boa aparência. A beleza estava a meu favor. E eu sabia como atrair uma garota, como deixá-la aos meus pés se o quisesse.
Assim faria com ela. A deixaria aos meus pés, sofrendo por aí. Ela aprenderia a nunca mais se meter comigo.
Eu normalmente não sou vingativo, nem me lembro de ter motivos para o ser. Mas Mariana Vasconcello tinha tomado muito do meu tempo, sempre me irritando devo lembrar. Ah! Como me irritava lembrar o quanto queria vê-la! Idiota é pouco para o fui.
Vou deixá-la respirar a felicidade amanhã, mas quando ela menos esperar estarei na vida dela derramando tomo o meu mau humor.
Aqueles pensamentos me deixavam ansioso e contente. Estava me sentindo como algum vilão de uma história, mas o mais correto seria afirmar que eu era o mocinho, só que era um mocinho com sede de vingança.
No dia seguinte, comecei a pensar sobre o quanto tudo aquilo também era idiotice. Pensando bem, eu poderia deixar tudo de lado e continuar a minha vida tranqüilamente. Não tinha acontecido nada tão dramático assim...
Mas, a mesma força que tinha me levado a ir até aquela sala, no dia anterior, para vê-la, me impulsionava agora para fazer mal a ela. Não sentia orgulho dos meus sentimentos, mas isso não me impediria.
Deveria agradecê-la por ter me libertado do meu tédio. Uma pessoa ociosa pode ser bastante perigosa.
Não procurei por ela no dia primeiro de abril. Contei as minhas idéias malignas para os meus admirados: Leonardo e Túlio. Eu precisava de uma platéia, de testemunhas e eles sempre ocuparam esse lugar.
Claro que não contei para eles sobre o real motivo por trás de tudo. Eles podiam me ver como um exemplo, mas nem por isso deixariam de serem os primeiros a me zoarem por tudo.
A nossa amizade não era profunda, nem sincera assim. Éramos companheiros de crime, por assim dizer, isso resumia toda a nossa relação.
No dia seguinte, fui lembrado por meus amigos do encontro que tinha com a Kate. Com tantas coisas que aconteceram não lembrava mais do combinado. Seria a noite, mas eu não ficava empolgado com a idéia.
O clube das garotas, SOS Amor!, fazia bastante sucesso. Todos comentavam sobre isso. Eu não conseguia imaginar como a direção tinha permitido um clube daquele gênero. De qualquer forma, elas agora pareciam para mim como um fã clube ao contrário... Em vez de adoradoras eu tinha odiadoras.
Algo estranho aconteceu naquele dia. Finalmente, uma estranheza que não me afetava. André Soares veio até mim. Ele também era do time de basquete, mas fora aquilo, não tínhamos amizade.
“Scott, preciso da sua ajuda.”, ele me implorava.
“Ok... Mas falando assim até me assusta.”
“A Yasmin terminou comigo.”
Não tinha mais reparado nas coisas que aconteciam ao meu redor. Cheguei a não perceber algo que deve ter gerado tantas fofocas... Eu estava mesmo perdido em outro mundo.
“Te peço que não comente isso com ninguém. Isso aconteceu ontem, mas ficou em segredo. Não acho que ainda tenham percebido.”, ele continuou. Bem, então eu não estava tão alheio assim.
“Mas em que deseja a minha ajuda?”, eu não era nenhum tipo de cupido, nem bom amigo para fazer algo assim.
“Sei que não temos uma grande amizade, nem nada assim, mas não vejo mais quem poderia me ajudar. Não te pediria se não estivesse mesmo desesperado. Hoje à noite a Yasmin irá ao ClubMix e lá terei uma chance de conversar com ela, sem que ela me ignore, espero...”
“... Mas ela não estará sozinha. Tenho certeza que levará aquelas amigas dela junto. E você... Bem, você tem essa fama de ser bom conversador e coisas assim... Pensei que se você também fosse poderia me ajudar a ficar sozinho com ela. Poderia distrair as amigas dela para mim... Te imploro!”.
Então era isso? Que namorado mais covarde que a Yasmin foi arrumar. Não tinha coragem nem de encarar as amigas dela. Não estava interessado em ajudá-lo, mas se as amigas dela estariam lá...
Mariana Vasconcello... Seria uma boa oportunidade de dar início ao meu plano. No pior dos casos deixaria André na mão, nada que fosse me causar mal.
“Sem problemas! Já iria de qualquer maneira... Só me chamar na hora que precisar.”, então me lembrei de uma curiosidade antiga.
“Ah... André, você me diria o motivo da separação de vocês?”, continuei. Ele me olhou sem querer dizer, mas parecia temer que eu deixasse de ajudá-lo caso não respondesse.
“Ela suspeita que a traí.”, ele disse e balançou a cabeça como se achasse ridícula aquela idéia, mas eu vi algo a mais ali.
“Muito obrigado, Scott! Vou ficar te devendo essa.”, depois saiu.
Suspeitas de traição... Fazia sentido se eu juntasse todos os episódios anteriores. Só podia ser a Raquel. Era a única razão explicável para todo aquele distanciamento. Elas não voltaram a se falar. André e Raquel também não se falavam mais. Teve aquela briga, agora essa separação...
... Yasmin é mais piedosa do que imaginava. Não imaginaria que ela ficaria com o André depois de algo assim... O cara de pau ainda quer mais outra chance. Mas isso não é da minha conta. Já matei a minha curiosidade e já está bom.
E finalmente a estreia do MixClub, ham? *-*
ResponderExcluirEstou mega ancioso. Finalmente a Kate apareceria em questão.
Continuando>>
Próximo capítulo, BF!! \õ/
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