sexta-feira, 20 de novembro de 2009

15- Água mole em pedra dura...

“Ué! Quer ela só pra você, é?! Pensei que tivesse desistido... Porque pelo o que eu pude ver... Ela não quer conversa com você não...”, Leo


“Já falei. Não cheguem perto! Eu ainda não terminei o que comecei. Vocês sabem que não deixo as coisas pela metade.”


“Ah! Se não fosse você... Eu realmente fiquei interessado nela...”, ele só queria me provocar, mas eu não gostava mesmo assim.


Passou as primeiras aulas e assim que chegou o intervalo fui procurar a Mariana. Os corredores já estavam vazios e nada dela. Comecei a olhar de sala em sala.


Vazia.


Vazia.


Vazia.


Encontrei Mariana sozinha numa sala. Já estava de saída quando cheguei.


Fechei a porta e ela arregalou os olhos com a minha atitude.
“Ficou doido de vez?!”



“Só quero poder conversar com você”
“Não precisa fechar a porta se só quer conversar.”



“Não quero que vejam...”
“Aff! Eu que não quero ser vista conversando com você. Na verdade nem conversar com você eu quero. Então saí da frente da porta.”.



Fiz o que ela pediu, mas aproveitei para me aproximar mais dela.


“Qual é o seu problema?”, ela tentava se distanciar.
“Preciso me desculpar com você pelo meu comportamento mais cedo...”, Mariana me interrompeu.


“Nem se dê ao trabalho de continuar. Sally e Yasmin me contaram histórias absurdas sobre você e quando eu te vi naquele dia na sala do SOS... Vi o tanto que você podia mesmo ser idiota. Também vi como você trata os outros. Que nojo e raiva senti de você! Age como se fosse o dono do mundo. Não vê nada além do seu próprio umbigo ridículo!”, ela só pegou fôlego e continuou.


“Ontem à noite achei que eu pudesse estar cometendo um erro. Por te julgar sem te conhecer. Que eu estivesse me levando pelas aparências, algo assim. Porque pensei que você estivesse se preocupando com os problemas de um amigo e ajudando. Que você não era tão idiota quanto parecia, por ter sido gentil comigo. Mas não. Você é mesmo um idiota com complexo de deus!”, ninguém nunca falou comigo assim antes. Todas as maldades que já fiz tiveram como resposta apenas o silêncio.


Não tinha o que dizer a ela. Apenas pensava em suas palavras. No quanto aquilo me irritava e no quanto ela parecia ter razão. Ela era mesmo impressionante.


Ela saiu da sala e eu já não tinha mais forças para pará-la. Fiquei ali parado, pela primeira vez refletindo seriamente.


Era muito irritante perceber que ela estava certa sobre mim. Mas eu não queria que ela estivesse certa... Ela disse que sentiu nojo de mim... E que não vejo nada além de mim.


Eu realmente não me preocupava com ninguém... Além de mim. Eu forçava a minha memória atrás de algo que provasse que ela estava errada, mas essa lembrança não existia.


Saí da sala e passava pelo corredor com a vista perdida nas salas.


Vi Mariana numa das salas e fui atrás. Ela me viu.


Havia lágrimas em seus olhos. Por que ela chorava?


“Você de novo... Mereço!”


“Você estava certa. Sou exatamente o idiota que pensa que sou.”, ela me olhou incrédula.


“Eu nunca me importei por ser assim. Também nunca precisei me esforçar pra conseguir qualquer coisa que quisesse. Mas você... Você me deixa confuso. Sinto essa raiva e...”, me dei conta do que estava prestes a falar.


Na verdade nem sabia por que estava dizendo tudo aquilo. Nem por que me importava o que ela pensava de mim. Lembrei do que a mãe dela me disse na noite passada...


Mariana ainda tinha o rosto molhado. Preferia vê-la brigando comigo, até me socando... Vê-la chorando não me fazia bem. Meu corpo foi agindo por vontade própria ao se aproximar ainda mais dela.


“Scott, não...”


Mas ela não lutou contra o meu beijo, nem por um instante.


Eu estava completamente perdido.

2 comentários:

  1. E o amor plevarece, ham? Bem, mesmo não gstando do casal da Mari e Scott, acho lindo quando acontece dos opostos realmente se atraírem.
    Continuando>>

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  2. Eles ainda tem muito o que aprender. =S

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