Como aquela sardentinha era teimosa. Brigou porque não dormi. Brigou porque fiz o seu café da manhã. Brigou porque não a acordei para ir à escola.
Brigou por tanta coisa que por vezes quis oferecer um suco de maracujá para ela.
Não quis e não conversou sobre a gravidez. Tantas perguntas foram se formando na minha mente. Quem era o pai? Quando? Por quê? E agora? A última pergunta era a que mais despertava a minha curiosidade e a minha preocupação.
Só tinha certeza de uma coisa: Estaria do lado dela de qualquer forma. O que ela tinha de teimosa eu tinha de determinado.
De pirraça não fui procurar o clube da Mariana. Apesar de irritado com a atitude da Kate eu conseguia admirar a sua força. E essa teimosia se esticou por duas semanas.
Já era fim do mês de maio quando a Kate passou pela porta do meu quarto, a qual ela nunca batia antes de entrar.
Sua expressão não era tão cheia de sorrisos como o costumeiro, mas também não era melancólica.
“Scott, se eu conversar com você... Promete que procura logo a Mari?”. Como ela podia estar sempre preocupada comigo e tão descuidada consigo mesmo?
“Claro, Kate.”
“Ótimo! Não sei quem é o pai. Realmente não tenho a menor idéia e não me importo também.”, nesse momento ela respirou fundo para continuar. “Vou abortar.”.
“Abortar?”.
“Vou viajar nas férias para isso. Sabe, o Brasil tem umas leis bem idiotas. De qualquer forma, assim fica mais discreto... Melhor, não é mesmo?!”. Ela não podia estar falando sério.
“Ah, Scott! Odeio quando você faz essa cara. Sério, dá uma vontade louca de te matar. Só avisando, sabe...”.
“Perfeita hora para brincadeiras, Kate.”, carreguei no sarcasmo. “Que conversa é essa de abortar? Você sabe quantas opções existem?”.
“Falando o senhor responsável. Me erra, Scott. Acha que não pensei bem antes de tomar uma decisão? Esse é o meu corpo, a minha vida, o meu futuro. Eu tenho planos e sonhos. Não venha com sermão pra cima de mim. Não preciso disso de você.”.
A sua última frase me despertou para o meu real dever de amigo. Antes de qualquer coisa e independente de como... Eu queria que Kate fosse feliz. Não concordava com aborto, não mesmo.
Não gostava de como ela estava levando isso. Mas a apoiaria. Era a única pessoa com quem ela podia contar, não a decepcionaria.
Ficamos em silêncio por um tempo. Eu estava buscando forças para ser forte por ela. E quanto a Kate, dificilmente sabia o que se passa em sua mente.
“Kate, eu vou com você.”. Ela me fitou incrédula.
“Scott, isso não vai acontecer. Não mesmo.”
“O que não pode acontecer é você passar por tudo isso sozinha. Não me negue isso, Kate...”.
“Scott, serei eternamente grata a você por ter tanto cuidado por mim. Mas eu preciso fazer isso sozinha. Se você for comigo... Não vou conseguir...”.
O que eu realmente podia fazer por uma pessoa tão independente e teimosa?
“Ei... Você já faz muito por mim. Não há porque ficar tão preocupado agora, combinado?”
“Kate... Como você consegue? Quer dizer... Como consegue ser tão...”.
“Perfeita?!”, ela disse brincando, essa realmente não era a palavra que buscava, mas a cada segundo que passava parecia ser a palavra certa.
Não tocamos mais nesse assunto.
Dia primeiro de junho, uma segunda-feira, chegou. Kate estava insuportável me cobrando o tempo todo para ir ao bendito clube “SOS Amor!”.
Já não estava mais tão ansioso para conseguir falar com a Mariana; isso foi o que pensei.
Porque assim que abri aquela porta e vi a Mariana atrás da mesa...
O desejo de tomá-la em meus braços foi torturante.
Como já falei no último post, o Scott amadureceu bastante desde o último capítulo para cá. Fiquei feliz por isso.
ResponderExcluirNão sei o que pensar. Kate ou Mari fica algo difícil de escolher.
Eu não gostaria de estar na pele dele.
Continuando>>
É muito tenso mesmo. ><
ResponderExcluirEle ainda só sente amizade pela Kate. Ele acha perfeita mas eu acho que ele não quer nada com ela e nem pensa nisso pq ele tá muito apegado com a Mari ainda. Já a Kate tá morrendo de amores pelo Scott. uahauha coitada!
ResponderExcluir