Lembrar da última vez que estive ali era inevitável. Pouco tempo havia passado, mas parecia tudo tão diferente agora.
Apreciei por um instante a distração da Mariana, antes de chamá-la.
“Mariana...”.
Ela ficou imóvel por um breve segundo e então levou o seu olhar até o meu. Como eu estava me controlando para não trazê-la para perto de mim.
“Scott...”, gaguejou um pouco ao falar, mas ainda assim amava como o meu nome soava em seus lábios.
“Quero fazer uma ficha.”.
“Você? Uma ficha?”.
“Isso mesmo.”. Sentei-me numa das cadeiras de frente à mesa.
“Bem... O seu nome completo, por favor.”.
“Scott Meyer.”.
“Idade e turma.”.
“Quinze anos, turma primeiro ‘d’.”.
A ficha era mais longa e detalhada do que esperava. Foram tantas perguntas que comecei a levar mais a sério o clube delas.
Algumas vezes ouvi vozes vindas da outra parte da sala. Imaginava o momento em que a Yasmin e a Sally apareceriam para me expulsar.
“Qual a sua intenção? Quer que busquemos um par para você... Ou já tem alguém em mente?”, fez a pergunta que mais me divertiria em responder.
“Mariana Vasconcello, por favor.”
Primeiramente ela me encarou. Depois ficou pensativa olhando para o monitor.
E então, finalmente tinha uma resposta formulada. Pareceu uma eternidade para toda a minha ânsia.
“Terminei a sua ficha. Se puder aparecer à tarde aqui... A Yasmin vai precisar conversar com você antes... Pra te ajudar.”, nossa!
Imaginei muitas reações e em nenhuma a Mariana concordava com isso facilmente. Fiquei agradecido e muito intrigado. Aquilo significava interesse ou indiferença dela por mim?
A ideia de conversar com a Yasmin não me atraía nem um pouco. Mariana precisava saber o quanto eu já tinha me sacrificado e continuava a me sacrificar por ela todos os dias.
Eu sabia que nunca chegaria aos seus pés, mas não me importava de passar o tempo que fosse tentando... Afinal, algum dia ela teria que acreditar em mim. E eu não desistiria até que conseguisse ao menos isso dela.
Não havia mais desculpa para permanecer na sala e saí relutante.
A tarde chegou. Mesmo tendo treino todas as tardes de segunda à sexta, faltei. Fui para o clube SOS, ter a tal conversa com a Yasmin. Só esperava que Sally também não estivesse lá; nunca escondi que não gostava nem um pouco da sua presença.
Ao chegar, apenas encontrei Yasmin mexendo numa estante. Agradeci aos céus por Sally não estar e lamentei por não poder ver a Mariana.
Ela deixou o que fazia no mesmo instante, me encarou por um breve segundo e suspirou, como se precisasse se conformar com a situação, imagino.
“Scott, antes de qualquer coisa tenho um dever como amiga. Não me entenda mal. Você está mesmo tão interessado assim na Mari ou ainda com coisa de criança?”
“Eu amo a Mari, Yasmin. Pensei que o meu comportamento falaria por si só.”.
“É... Eu não gosto de você, Scott, você sabe e nunca foi novidade. Mas às vezes... Sei lá... Espero não me arrepender de te ajudar. Se você magoar a minha amiga um pouquinho que seja... Ah, Scott! Não queira descobrir.”
Eu não podia acreditar que finalmente teria uma chance de verdade com a Mari. E mesmo assim, tudo o que eu conseguia pensar era em Kate, em como ela estava e no quanto eu gostaria de poder agradecê-la por tudo naquele exato momento.
Esta chegando na reta final.
ResponderExcluirSempre é a hora das partes mais emocionantes *-*
Continuando>>
Essas despedidas são sempre o momento mais difícil pra mim. ><
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