32- É ele

“Mariana, você não parece nada bem...”.
Levantei-me e dei apoio aos seus ombros direcionando a Mariana até uma das cadeiras.


“Não sei por que veio... Você não se sente bem aqui... Quer que eu te leve em casa?”, lá estava eu novamente fazendo tudo, menos me afastando.
“Não precisa... Já estou melhorando.”.


“É. Você disse que tá esperando alguém... É uma de suas amigas?”.
“Não. Meu namorado.”.


“Aff! Lá vem você de novo com esse papo... Seu ‘namorado imaginário’.”.


“Scott, o que você quer de mim?!”, golpe baixo. Eu realmente não tinha nada com a vida dela. Também tinha me decidido a manter distância, mas era só ela aparecer que as coisas ficavam assim...


“Scott! Demorei muito, gato?!”, de que lugar saiu aquela garota?
Fiquei perdido com aquela pergunta.


“Ah! Era ela que você esperava?”.
“Não tenha dúvidas, fofinha!”, respondeu a garota com um tom nervoso.


Achei melhor não negar, mas pude perceber o semblante entristecido da Mariana.


“Espero que aproveite o encontro com o seu namorado imaginário!”, completamente irônico e desnecessário o meu comentário, mas toda aquela confusão que ela deixava em mim me irritava bastante.


“Tá...”, ela não disse com raiva, como esperava. Saiu com um som abafado.


Estar ali com ela era uma tortura. Fui para a pista de dança. A garota me seguiu.


Não estava com vontade de saber de onde ou como aquela garota havia me conhecido. Não precisava saber, nem sequer, o seu nome. Apenas comecei a dançar e ela me acompanhou. Passamos algum tempo dançando quando fui interrompido.


“Scott, este aqui é o meu namorado.”, disse com ar de vitoriosa.


Olhei para o seu lado e encarei o rapaz. Tentei esconder a minha surpresa. Fosse ele ou não o tal namorado de que tanto ela falava... Bem, ele estava do lado da Mariana, eu precisava de mais motivos para querer quebrar a cara dele?!


“Hum... Então era mesmo verdade. Qual é o seu nome?”, como eu estava me controlando.


“Luan, prazer.”, disse esticando a mão para mim. Ignorei.
“Tá. Por que você não pega uma bebida pra sua namorada, Luan?”.


“Ah, é mesmo! O que deseja, querida?”. Não consegui segurar o riso. Como a Mariana pode preferir aquele cara lerdo?


“Não. Não se incomode, estou bem.”, ela disse tentando disfarçar o embaraço.
“Eu insisto.”.


“É sério...”.
“Então acho que terei que escolher por você.”.


Eu continuava rindo e notei que a morena tinha encontrado outro parceiro para dançar.


“E você, Scott... O que deseja?”, além de saber o meu nome, realmente iria buscar bebida para nós dois...


“O mesmo que trouxer pra Mariana... Ah! E traz umas balinhas também.”, já que não bateria nele, ao menos um pouco de diversão.


“Ele não é o seu escravo! Se deseja alguma coisa, busque você mesmo.”, interveio a Mariana, claramente irritada com o meu abuso.


“Que isso, querida... Não seja grosseira com ele. Eu ofereci. Pode deixar que não demoro.”, agora ele estava me defendendo?! Foi difícil não cair na gargalhada com ele. Em contra partida, a Mariana estava com mais vontade do que eu de bater nele... Ou seria em mim?!


O lerdo saiu e foi pegar as bebidas.