sexta-feira, 20 de novembro de 2009

23- Um longo dia

“Não posso afirmar nada sem os exames.”


Não deixei Kate voltar para casa sem antes fazê-los.


No dia seguinte insistiu comigo para que fosse procurar o clube da Mari, mas eu estava ansioso demais para saber se Kate estava bem. Não fui e fiquei mais atento ao seu comportamento.


Não saía mais do lado dela o que a deixava a ponto de me matar, mas cada vez que ela corria ao banheiro enjoada me fazia querer estar o menos distante possível. Ela reclamava pelo meu exagero e eu dava de ombros.


Voltamos ao hospital para saber o resultado do exame.
“Primeiramente devo dar os parabéns.”.



“Parabéns?”, o doutor tinha enlouquecido?!


“Você será mãe!”, ele disse a Kate.


Eu a fitei impulsivamente, antes mesmo de digerir a notícia.
Ela não esboçou reação.



“Kate?!”. Mas ela me ignorou. Sorriu para o médico agradecendo e saiu da sala.


Acredito que ele ainda tinha mais a dizer; não fiquei para saber. Também saí da sala e fui atrás da Kate. Só a alcancei no carro.


“Vem logo, Scott. Ainda temos que pensar direito sobre o que você vai conversar com a Mari...”, ela falava como se nada tivesse acontecido.


“Kate...”.
“Nem pense em adiar mais isso, mocinho!”.



“Kate...”.
“Quer ouvir alguma música?!”, ela não me deixava falar. Achei melhor respeitar e fiquei calado. Ela também não falou mais nada pelo resto do caminho.



Ao chegar a sua casa se despediu e me ofereceu o carro para que eu fosse até a minha. A forma com que ela estava agindo me preocupava ainda mais.


A observei passando pela porta da casa. Antes que a porta se fechasse completamente a vi se desmoronando.


Fui tomado de uma dor que jamais havia sentido anteriormente e corri com o ideal de fazer pela Kate o que ela sempre fazia por mim.


Ela chorava e soluçava desmontada no chão.


Não pensei duas vezes e a puxei para perto de mim, num abraço. Não sabia o que falar e também não fazia ideia do que se passava em sua mente.


Queria confortá-la mesmo sem saber como. Apenas fiquei ali abraçado a ela por toda a noite. Ela chorou até cair no sono.


Coloquei a Kate na cama.


E fiquei velando o seu sono.


Não fomos à escola naquele dia. Preparei o seu café da manhã. Estava determinado a cuidar da Kate.


Ela tinha o rosto todo inchado por ter chorado tanto e mesmo assim continuava linda.


Nunca serei capaz de descrever com precisão o que senti ao ver os seus olhos tristes abrindo naquela manhã.


“Scott...”.
“Oi, Kate. Quer alguma coisa?”.



“Scott, você não tinha que ter ficado aqui. Não estou doente. Já são que horas? Não podemos perder aula.”.


“Já perdemos as aulas de hoje. E... Para, Kate! Para de tentar fingir que... Sério, Kate... Eu quero poder te ajudar.”.


“Eu sei, Scott... E realmente te agradeço, mas eu não sou uma coitadinha e não gosto de agir como uma. Não quero conversar sobre o que aconteceu ontem, por favor não insista. Se você quiser ajuda com a Mari...”. Podia imaginar o que ela diria a seguir e interrompi.


“Para, Kate! Não quero ajuda com a Mari. Quero te ajudar e vou. Você querendo ou não.”

3 comentários:

  1. O Scott tomou a posição de um homem. Um homem de verdade.
    Acho, que ele não é mais o garoto mimado e rude que a Kate conheceu. A Kate fez que ele se transformasse em alguém prudente e decidido.
    Continuando>>

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  2. Acho que os dois se ajudaram, mesmo sem perceberem. Talvez a Mari mereça o mérito por ter proporcionado esse encontro mais profundo entre o Scott e a Kate. Fez toda a diferença em suas vidas.

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  3. <3<3<3<3<3 eu shippo muito, meu Deus!

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