sexta-feira, 20 de novembro de 2009

18- Um errante... Um apaixonado...

A minha vista parou primeiramente na Mariana, fazendo com que o meu coração se debatesse dentro do meu peito.
“Ela tá aqui...”.



“Acabei de ver. Então o namorado dela é o Ítalo?!”, Kate. Nem respondi. Só procurei com os olhos por ele.


O infeliz estava do lado da Mariana. Quis entender o que fazia ele melhor do que eu para ela. Lembrei que no ano passado o Ítalo ficava com a Sally. Seria Mariana assim tão diferente do que eu imaginava?!


“Ei, Scott. Relaxa um pouco. A sua cara tá assustadora. Que tal se a gente ficar de longe observando pra ter certeza?”


“Sério??! Tô mais a fim de ir quebrar a cara dele só por estar perto dela. Não gosto nada disso...”


“Ah, Scott! Segura a onda aí! Ela já é bem grandinha pra saber o que quer da vida. E se ela for metade do que você me disse que é... Bem, acho que ver o que eles são é a melhor opção. Vai que a Sally tenha desistido da santidade dela e esteja de novo com o Ítalo?”


“Ahm??”, santidade da Sally?!
“Vamos ter tempo pra conversar sobre essas coisas... Vem aqui comigo. É melhor se não nos verem.”



Fomos até um dos bancos. A visão era horrível, mas eu estava tão concentrado neles dois que eu poderia estar ainda mais distante e ainda assim veria se ele se engraçasse com ela.


“Então... Sally está ou estava apaixonada pelo Samuel, também do time de basquete. E parece que ele é todo certinho... Sally estava convicta de que se ficasse ‘santa’ ele poderia se interessar por ela.”


Sempre achei esse tipo de atitude uma idiotice. Alguém que não tem personalidade. Mas agora compreendia. Também estava desesperado pela Mariana e faria o que fosse necessário para estar com ela. Eu me odiava por ter chegado a esse ponto, mas isso não fazia diferença no final das contas.


Dei uma olhada ao redor da Mariana. Vi que Jack também estava lá. Yasmin estava com André. Aquilo sim me surpreendeu. Talvez a Yasmin fosse mais burra do que imaginava... Ou talvez também só estivesse desesperada... Como eu.


Ítalo era bom de conversa... O que mais me irritava é que eu o conhecia o suficiente para saber que ele já havia tentado ou tentaria alguma coisa com a Mariana. Não tem nem feia, nem bonita, nem inteligente, nem burra para ele. Apenas uma possível 'ficada'.


Ítalo se levantou e parecia chamar todos para a água.


Mariana recusava.


Ítalo ajoelhou-se e tocou na Mariana.


Pronto! Era a desculpa que eu precisava. Levantei sem falar com Kate.
“Ei, seu imbecil! Vai estragar tudo!”, ela falava e corria atrás de mim.


Cheguei onde o grupinho estava.


“Scott. Kate. Oi! Como estão?!”, Ítalo dizia amigavelmente.


Ignorei e olhei para a Mariana.
“É ele?”.
“Ahm??”.



Sally se aproximou na mesma hora e Jack a seguiu.
“Não queremos problemas. Ao menos no fim de semana nos dê paz!”, Sally.



Ignorava todos.
“É ele ou não?”. Mariana me olhava assustada.


Aquilo me fez ficar menos agitado. Não queria causar mal a ela.
“Só me diz, por favor, Mariana...”



“Quer saber se o Ítalo é o namorado dela? Se for... Claro que é.”, Sally insistia em se meter na conversa. Mariana olhou pra ela como se tivesse sido traída e Ítalo ria.


“Só vou acreditar quando a própria Mariana me disser. Tenho certeza de que ela não precisa de porta voz.”


Ítalo se aproximou ainda mais da Mariana e a beijou, bem na minha frente. Ela tentava se afastar dele.


Não poderia descrever o que o assassino dentro de mim gritava. Peguei aquele... Bem, dei bons socos nele. Kate se divertia com isso, me apoiava até. Já os outros estavam desesperados.


Até Yasmin veio nessa hora. As três amigas ficaram juntas gritando comigo.


Lógico que também apanhei, mas estava bem com isso.


Olhei para a Mariana e ela chorava. Não sabia mais o motivo. Foi por que eu bati nele? Poderia jurar que ela não queria aquele beijo... Seria por isso que chorava?


“Seu idiota!”, Sally não dizia isso para mim, como o esperado. Era com o Ítalo, enquanto o acudia.


Kate me puxou pra longe dali. Era só isso que eu tinha a oferecer a Mariana? Tristeza? Comecei a pensar mais sobre isso... Talvez eu não fosse tão capaz de mudar como imaginava. Ou talvez apenas continuaria a magoá-la mudando ou não. Eu não suportaria...


“Scott... Não fica com essa cara. Coloca a cachola pra funcionar e você vai encontrar motivos pra ficar feliz.”
“Do que você ta falando, Kate?”



“Do óbvio. Eles não são namorados. Ela quase empurrou o menino pro outro mundo quando ele foi beijá-la. Tá até chorando... Tenho certeza de que nem se aproxima mais dele depois dessa. Menos concorrência, garotão. Se anima, vai!”


“Ela tá chorando e você quer que eu me anime?”


“Aff! Você tem muito que aprender ainda, viu?! Se ela tivesse um namorado ele teria vindo com ela, Scott. Yasmin tá com o dela. Se o Ítalo não é... Então quer dizer que ela não tem namorado nenhum, que tal? Agora fica mais feliz?”


“Ué... Porque ela mentiria então?”
“Você deve tá deixando a pobrezinha doida das idéias. Mas relaxa, já disse que vou te ajudar. Só não faz nenhuma maluquice assim de novo. Isso não ajuda a conquistá-la, sabe...”



Kate tentava me ajudar a mudar. O mês de abril passou sem que eu falasse novamente com a Mariana. Em compensação a minha amizade com a Kate só aumentava. Nunca teria sido capaz de imaginar que uma amizade entre nós dois pudesse existir e muito menos de que isso me faria tão bem.


Não deixava de ver a Mariana um dia que fosse. Só não falar com ela já me matava, deixar de vê-la seria a pior tortura. Ela me evitava de todas as formas. Era só eu estar por perto que ela sumia da minha vista.


Kate dizia que seria bom se eu conseguisse me controlar, para não piorar a minha situação. Por isso só ficava de longe admirando a garota mais perfeita por quem poderia ter me apaixonado.

2 comentários:

  1. Um capítulo repleto de emoção, ham?
    Não sei. O Scott parece gostar da Mari, mas parece ser tão arriscado. Já a Kate, aaaaah, ela é um anjo *-* Queria ter um amiga como ela.
    Continuando>>

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  2. kkkkkkkkkk
    Com a Mari é tudo muito intenso. Eles não conseguem se entender. Já com a Kate ele é o conforto de poder ser como quiser e ser aceito por ela.

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