sexta-feira, 20 de novembro de 2009

19- Doente

Finalmente, o mês de maio chegou.


Não vou negar e dizer que não tentei falar com a Mariana durante esse tempo. Só pensava em falar com ela. Mas ela me evitava tanto, com tanta disciplina... Era impossível.


Tive algumas oportunidades ( poucas, mas tive), de ficar sozinho com a Mariana. Mas travei em cada uma. Pensava no quanto ela se esforçava para manter distância entre nós e no quanto a magoei em todas as vezes que me aproximei dela.


Tinha me prometido não fazê-la chorar nunca mais. E temi quebrar a minha promessa ao me aproximar novamente. Foi por esse motivo que me contive apenas ao prazer de vê-la.


Kate é uma boa amiga. Não há uma conversa entre nós dois em que eu não fale alguma coisa sobre a Mariana e ainda assim ela me atura.


Kate é extremamente suave... Não é do tipo de pessoa que guarda rancor, nem é vingativa. Ela simplesmente passa por cima. Por isso mantém um sorriso tão constante.


Tentei entender o porquê de uma garota tão incrível como a Kate ser tão sozinha. É difícil de entender, mesmo depois de tanta reflexão.


Kate é a pessoa mais livre e despreocupada que já conheci em toda a minha vida. Apesar de estar sempre linda, não tem nenhuma grande vaidade. E não se prende a nada, nem ninguém.


Lembrava constantemente de quando ela me contou sobre ter perdido a amizade da Chloe... Apenas seguiu com a vida, sem nem mesmo olhar para trás.


As mesmas coisas que me fizeram gostar dela e admirá-la me preocupavam. Estava sempre esperando o momento em que ela sairia da minha vida, repentinamente, como entrou.


Não gostava de imaginar a minha vida sem a Kate. Ela tem um poder de fazer tudo muito mais simples e eu já estava acomodado demais para não sentir dor com a sua partida.


Já sofria antes do tempo, mas era inevitável. Tentava entendê-la melhor, pensando que dessa forma seria capaz de encontrar a chave de tê-la sempre por perto.


Não demonstrava essa minha preocupação para Kate. Temia que isso acelerasse a sua ida.


Observando a Mariana por tanto tempo foi impossível não pensar no que sempre me deixava desesperado. Ela é feliz. Não encontrei nenhuma brecha de tristeza durante esse tempo.


É lógico que é muito bom que ela seja feliz. Mas queria saber o que poderia oferecer para ela. Não havia nada. Nada de que ela precisasse. Isso não diminuía a minha vontade de estar de seu lado, apenas não desejava estragar a vida feliz que ela tinha.


Kate me dizia que eu via as coisas assim por estar apaixonado e brincava sobre preferir o Scott convencido.


Era dia nove de maio, segundo sábado do mês. Falava com Kate ao telefone.
“Bora pro Mix hoje, Cot?!”



“Mix... Não estou com animo pra isso, Kate...”


“Ah, não! Juro que já pensei em diversas formas de te matar, Scott!! Saí dessa de coitadinho! Você é a droga do Scott Meyer que consegue tudo o que quer! Você não vai ao Mix comigo hoje, mas sair desse quarto e ir até a casa da Mariana. Não quero saber de desculpas. Apenas vá!”, falou com autoridade.


“Kate... Mas...”


“Não! Já disse que não quero saber de desculpas. Se você continuar deprê desse jeito por mais um dia... Sério, Scott... Sei que você quer ir. Desliga aí os pensamentos negativos e conversa com ela hoje mesmo.”


“Sei que tá tarde, mas por isso mesmo é a melhor hora. Tchauzinho... Vou desligar, só quero notícias suas depois que tiver conversado com ela.”, desligou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.


Como eu poderia viver sem essa mandona no meu pé?! Aproveitei a injeção de coragem e fui. Não quis nem trocar de roupa para não ter tempo de refletir sobre o que estava prestes a fazer.


Eu não sabia o que dizer, nem como faria. Já estava em frente a casa dela ainda sem palavras. Não tocaria a campainha de forma alguma. Se eu ao menos soubesse qual é o quarto dela...


Rodei a casa procurando qualquer sinal que indicasse ser o quarto da Mariana. Já tinha chegado até ali, não iria embora sem falar com ela.


Arrisquei chamando o nome dela numa das laterais da casa. Havia uma varandinha no segundo andar.


“Mariana... Mariana...”, comecei quase sussurrando. Mas depois de um tempo sem resposta apelei para o grito.
“MARIANA! MARIANA!”.



Ela apareceu na varanda como um raio. Colocava a mão na boca me pedindo silêncio.


Sentia o medo sumindo de cada parte do meu corpo. A coragem, que há tanto tinha me deixado, resolveu voltar a me abraçar novamente.

2 comentários:

  1. E o Scott dando uma de Romeu? hahaha
    Olha, não sei o que é. Mas entre a amizade da Kate e do Scott e o amor da Mari e do Scott, ficaria com a amizade. Afinal, parece ser algo seguro das duas partes.
    Continuando>>

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  2. kkkkkkkkkkkkkkk
    Ele é louco! FATÃO!
    Sim, mas o coração tem suas próprias razões...

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