sexta-feira, 20 de novembro de 2009

27- As coisas sempre podem piorar...

“Sally, o que você faz aqui?”, todo o meu desgosto em vê-la foi declarado no meu tom de voz.


“Só vim te dar uma última chance de parar de fazer seja lá o que esteja planejando. Não vou deixar você fazer com a Mari o mesmo que fez comigo.”, e lá vinha Sally com aquela conversa irritante novamente.


“Não sei qual é o seu problema, Sally! Aparecer aqui na minha casa numa hora dessas pra ter uma conversa de retardado comigo. Me dá um tempo!”, sim, eu estava despejando a minha angústia nela.


“’Conversa de retardado’?! Eu não me importo, de verdade, pelo que fez comigo. Mas falo sério sobre você tentar fazer algo assim com a Mari. Já estou vendo você a magoando, Scott. Ela tem um namorado que é muito bom pra ela. E você acha graça em aparecer e confundir os sentimentos dela.”. Isso de namorado de novo?


“Olha só, não estou com paciência pra essa conversa. Se quiser vingança, ou sei lá o que, fique a vontade. Mas tenta fazer isso sem abrir a boca. Agora me dá licença que tenho mais o que fazer.”.


Sally saiu ainda mais irritada do que entrou. Não entendi, sinceramente, o que ela pensou que aconteceria. Era difícil encontrar motivos para não detestar aquela insana. Já havia me cansado de tentar entender o motivo do Jack ser amigo dela.


Tive que ir mais duas vezes ao clube ‘SOS Amor!’ conversar com a Yasmin. Graças aos céus, não encontrei mais a Sally depois daquela noite na piscina.


Continuei vendo a Kate e ficava cada vez mais difícil não obedecer aos meus impulsos. E ficou claro que eu sentia algo além de amizade por ela. Mas isso não deixou as coisas menos complicadas para mim. Afinal, nunca achei que pudesse ser possível alguém estar apaixonado por duas pessoas... Seria mesmo possível?


Não tinha a menor chance com a Kate e só de imaginar como ela poderia reagir caso eu dissesse que gostaria de ter mais do que amizade e mais do que apenas diversão com ela... Já podia imaginar a Kate se afastando para sempre de mim.


Também não podia deixá-la com ainda mais problemas. Precisava estar perto da Kate para zelar por ela.


Assim chegou o dia do encontro com a Mariana. Eu estava decidido a ir, a Mariana estava me dando uma chance e eu não poderia simplesmente deixar isso passar por minhas confusões.


Eu estava no meu quarto e, como sempre, a Kate também. Estava me ajudando a manter a calma, porque eu já tinha perdido toda a minha confiança.


“Não entendo o porquê de estar tão nervoso, Cot... Não é como se você fosse algum garoto inocente, além do mais, você já se declarou, já agarrou a Mariana algumas vezes...”.


“Eu sei disso tudo, mas é que agora é uma chance de verdade, sabe?! E tenho medo de estragar tudo.”.


“Ok, bobão. Até que estou me divertindo um pouco em te ver tão agitado. Mas, como amiga, tenho o dever de te acalmar, né?! Já deu uma olhada no espelho? Você tá... Uau! Relaxa que só de olhar pra você a Mariana vai trocar as pernas.”, ri com o comentário dela.


Sentia-me um idiota por estar indo ver a Mariana enquanto tentava não jogar a Kate na minha cama.


Como eu podia me sentir assim por duas pessoas? Não me perdoaria caso tentasse qualquer coisa com a Kate.


Parecia tudo bem, exceto pela expressão repentina de assustada da Kate, uma que nunca vi antes. Se não fosse uma expressão tão grave eu teria imaginado que o problema era com a minha aparência; esse era o meu novo grau de insegurança.


Ela estava sangrando.
“Scott... Eu to perdendo...”, não conseguiu terminar e nem precisava.



Eu não fiquei apavorado com aquela situação, estava mais racional do que nunca. Peguei o telefone, pra chamar o motorista, e já desci apressado com Kate. Ela estava com aquela expressão de medo congelada em sua face.


Depois que o médico a examinou, nos disse o que havia acontecido. Não entendi metade do que falou...


... Mas pude entender a melhor parte.
“... Kate, você não perdeu o bebê. Mas vai precisar de repouso absoluto...”.



Antes mesmo que ele falasse mais alguma coisa, Kate se derramou em lágrimas e saiu da sala, se não fossem pelas lágrimas teria sido exatamente como da última vez.


Fui atrás dela e mais uma vez só a alcancei já no carro. Não achei uma boa idéia ter aquela conversa com o motorista presente, ele já estava sabendo demais.


Pedi que ele nos deixasse na casa da Kate.

2 comentários:

  1. Eu nunca li algo tão lindo, juro.
    Chega a dar aquele frio na barriga. O Scott a Kate ficão, tão, tão... Lindos *-*
    Continuando>>

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