sexta-feira, 20 de novembro de 2009

28- Pontas soltas

Ela subiu as escadas apressadamente e fui atrás.


Sentou-se no sofá.
“Scott... Se você sair agora ainda deve dar tempo... Acho que ela ainda está te esperando...”.



Levei um tempo para entender do que ela falava, afinal, esperava ouvir sobre muitas coisas, menos sobre o meu encontro com a Mariana. Evitei aquele pensamento.


Envolvi-a com o meu braço, tentando confortá-la.


Ela subiu no meu colo.
“Eu não vou mais abortar, Scott. Quando eu pensei que estava perdendo essa criança... Acho que... Acho não, tenho certeza de que me arrependeria pelo resto da vida se tivesse abortado. Não sou uma garota sem coração, Scott, não quero que pense isso de mim...”, nunca pensei isso dela.



“Mas também não sou como a sua doce Mariana, sensível e delicada.”, senti essa frase carregada de sarcasmo.


“Sei que não posso ser mãe, ainda mais agora. Mas também não posso abortar... Sabe o que vou fazer?!”, quando eu alguma vez já soube o que se passava na mente de Kate?!


“Não tenho ideia, Kate...”
“Vou dar pra alguém que vai poder fazer por esse bebê tudo o que eu jamais poderei.”, como ela não conseguia enxergar o quão perfeita ela seria como mãe?!



“Kate...”
“Scott, eu só precisava desabafar... Sabe que sou teimosa, então não perca o seu tempo. Já estou bem mais calma, obrigada por me ouvir e por tudo mais, Cot.”, sua voz denunciava que estava mesmo mais calma, fiquei feliz em poder ajudar, mesmo sem considerar ter feito algo.



Por mim teria ficado com ela a noite toda, mas não permitiu, bem como já havia imaginado. Era difícil não ficar preocupado com uma pessoa tão teimosa quanto aquela sardentinha.


Ao chegar ao meu quarto, processei todos os acontecimentos daquele dia. Kate não iria mais abortar, não tinha como esconder a minha felicidade com essa notícia.
Sabia que seria uma tarefa complicada fazer com que aquela sardenta ficasse em repouso absoluto, mas eu estava disposto a amarrá-la à cama se fosse necessário.



Já estava quase dormindo quando me lembrei do compromisso que tinha me deixado tenso quase o dia inteiro: o encontro com a Mariana.


Não fui e tinha perdido a chance que imaginava nunca mais ter. Comecei a imaginar, mesmo sem querer, a Mariana esperando por mim no Café Imperial...


Consegui imaginar isso acontecendo de diversas formas, mas em todas a Mariana estava magoada.


Não me importei com a hora e fui até o local que deveria ter guardado a lembrança do momento que tanto esperei.


Não sei o porquê, mas eu imaginava que de alguma forma ir até lá seria o melhor a fazer. Não tinha como a Mariana ter me esperado por tantas horas, mas ainda assim...


Foi pensando assim que cheguei ao Café Imperial e tive uma grande surpresa ao ver a Mariana. Ainda mais linda.


Ao seu lado, Sally e Yasmin, para variar. Elas falavam e gesticulavam bastante.


Travei por um instante, intimidado por aquelas três garotas. Mas, assim que a Mariana me viu, tornou-se impossível deixar a insegurança me controlar.


Aproximei-me de onde ela estava tentando ignorar os olhares fulminantes de suas duas amigas.


“Mariana...”, não sabia nem por onde começar.


“Quer que a gente chame os seguranças, Mari?!”, sempre a Sally. Sério, qual é o problema com essa garota?! Resolvi continuar ignorando.


Yasmin olhou para a Sally e fez um gesto com a cabeça enquanto levantava como se pedisse a amiga para segui-la.


Quando vi Sally saindo dali com a Yasmin, despedi-me de toda a minha insegurança...


... E sentei-me perto da Mariana, esperando a sua reação.

2 comentários:

  1. Nem sei mais o que comentar. Mesmo já lido a história, ainda continuo ansioso *-*
    Vou tentar ler tudo hoje a noite a amanhã terminar (ou começar novamente) a segunda temporada.
    Continuando>>

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  2. Muuuito obrigada por tanto carinho, BF!

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