terça-feira, 10 de novembro de 2009

9- Nada doce

“Me desculpa... Não tinha percebido que você era a Mariana e...”, eu realmente queria me desculpar. Eu que comecei sendo estúpido, então recebi o merecido.


Mas enquanto comecei com as minhas desculpas ela montou uma cara que me fez lembrar o pai dela.


Saiu de trás da mesa e apareceu do meu lado. Eu a ofendi novamente? Desculpas a ofendiam? Que garota estranha!


“Guarde as suas desculpas para você mesmo! Sei muito bem o que pensou... Pensou que aparecer aqui e me tirar a paciência seria algo divertido para você.”


“Já conheci a sua fama de brincadeiras de mau gosto. Pois eu não sou uma boa opção para as suas palhaçadas.”.


Por que aquilo parecia uma brincadeira para ela? Nem se eu tivesse com bom humor teria achado graça em fazer aquilo... Confundir nomes? Não mesmo...


“Aconselho que saia agora mesmo, não responderei pelos meus atos.”, por mais zangada que ela me parecesse, não consegui sentir medo daquela criatura tão frágil.


Imaginá-la não respondendo por seus atos era hilário... Que mal ela poderia causar?! Gargalhei com aquela visão.


Como poderia ter adivinhado que isso a faria me dar um soco? Cheguei a cair no chão. Retiro todos os meus pensamentos sobre a fragilidade dela. Era ela mais bruta e forte do que jamais julgaria.


Levantei muito mais irritado do que surpreso. Meu orgulho estava ferido. Apanhar de uma garota... Eu, Scott Meyer... Fora de cogitação!


“ ’Bela dama, a senhorita!’ Não vou devolver, pois sou um cavalheiro. Nem por isso deixarei passar esse absurdo! A direção do colégio ficará sabendo deste seu ato insano e descontrolado.”


“Aonde já se viu...”, não me deixou terminar de falar sem me atacar novamente. Que garota era aquela? Eu também estava mal humorado, mas nem por isso saí batendo nas pessoas. Ela não nega o pai que tem!


“Vai e conta! Faça o que bem entender. Mas já que vai contar, vou te dar bons motivos para isso!”, juro que ela iria me bater mais uma vez. A minha sorte foi que a Sally apareceu e a parou.


Nunca quis tanto bater numa garota antes. Isso se aquilo era mesmo uma garota. Com um comportamento daquele...


“Mariana! Não faça isso! Sei que ele é irritante, mas não vale à pena. Você pode ser expulsa do colégio por causa disso.”, disse Sally preocupada com a amiga. A possibilidade de ser expulsa fez ela se acalmar.


Eu continuava no mesmo lugar, ainda aterrorizado com aquela situação.


“Scott, o que você fez dessa vez? Você continua o mesmo idiota de sempre, não é?! Aff!”, Sally já me culpava. Ela tinha motivos para isso, mas aquela louca agressiva?! Que mal fiz a ela?!


“Sally, me poupe dos seus ressentimentos. Sei que fiz mal a você há mil anos e que você não me perdoa por isso... Mas não fiz nada com essa aí! Só porque não sabia que ela é a Mariana Vasconcello... Não posso fazer nada se ela é uma louca!”



“Mas a diretoria vai amar isso! Não vou me importar pelo estrago em meu rosto, já que será maior o que ela terá com a expulsão!”, com quanta raiva dizia aquilo!


Parabéns para mim. Recebi o meu prêmio por ser idiota. Sofri todo aquele treino, por conta dessa louca. Agora recebi um soco, porque quis vê-la. Com toda a certeza aprendi a minha lição.


Sally levou a amiga para a outra sala. Eu, finalmente, estava a caminho da porta quando a Yasmin me impediu.


“Scott, sei que temos as nossas diferenças, mas não faça isso. Por favor! Sei que ela foi longe... Mas pense nisso como uma boa forma de ficarmos quites... Você já fez muita maldade por aí...”, Yasmin falava como uma negociante. Não tinha um tom implorativo, apenas tentava me convencer.


“Como se eu me importasse pelo que fiz. Também não tenho o interesse de ficar quite com você. Nunca me denunciaram para a direção, porque não quiseram... Não sou tão bondoso a ponto de deixar isso passar...”.
Ela realmente achou que me convenceria daquela forma?


“Scott... Sei que você se importa com a sua popularidade... O que aconteceria com esta se todo o colégio soubesse que o ‘poderoso Scott’ apanhou de uma garota? Ainda mais da Mariana?”, ela tinha certeza da vitória. E não tinha motivos para não estar. Golpe baixo!


“... Então... Tudo isso pode ser evitado se você não levar até a direção. A situação morre aqui mesmo. Você inventa a desculpa que quiser pela nova cor do seu rosto e todos ficamos felizes!”, ela não conseguiu ficar sem rir quando falou do estado do meu rosto.


“Será que vocês vão conseguir esquecer isso também?”, estava vencido, mas não me agradava a idéia de ouvir piadinhas delas.


“Hum... Seria um desperdício. Mas não tenho a intenção de perder o meu tempo com futuras piadas a respeito disso. Só garanto da minha parte, não sei o que Sally e Mariana farão; deveria ficar feliz com isso.”
Bufei e dei de ombros.


“Então, temos um acordo?”, perguntou a amiga da louca.


“Como se eu tivesse alguma alternativa melhor... Mas que ela não se aproxime de mim novamente! E se eu ouvir algum comentário de qualquer aluno sobre o ocorrido... Não me privarei de ir até a direção.”. Yasmin sorriu e confirmou com a cabeça.


Saí daquela sala miserável. Ainda não tinha batido o sinal para o fim do intervalo, mas fui para a sala de aula, do mesmo jeito.


O resto do meu dia foi uma chatice atrás de outra. Devia estar mesmo horrível, já que ninguém passava por mim sem que me perguntasse o que me tinha acontecido. Maldita Mariana!

2 comentários:

  1. E novamente aqui estou. Último comentário da noite.
    Bom, a Mariana teve suas razões para bater no Scoot. Mas não sei. Ela com esse jeito de se esconder traz do óculos e parti para o ataque foi meio suspeito. Ela devia procurar uma psicóloga ou um mestre de judô para tirar os nervos.
    Olha, ainda penso na Yasmin com o Scott. Não sei porque. hushushushu'
    Continuando>>

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  2. kkkkkkkkkkkkkk, ninguém dscorda de você nisso. Violência não é a resposta.
    Esses dois juntos eu não consigo pensar. ><'

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